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29/10/2013

Avon faz testes em animais???

Cedido por Quebra do Silêncio dos Animais.

Oi, Galerinha... Então... Eu estava preparando uma postagem há algum tempo. Já testo em diferentes ocasiões o BB Cream da Avon há uns dois meses, e agora estava me sentindo à vontade para falar sobre ele. E ia fazê-lo na semana passada, quando um assunto me chamou muito mais a atenção. Quem aí não está sabendo do roubo dos Beagles por ativistas de proteção animal no Instituto Royal? Pois é... No meio de toda esta polêmica, listas com empresas que encomendam testes em animais foram divulgadas, e a Avon estava figurando nelas. Quem me conhece sabe que sou contra a crueldade contra animais. Mas acho que quem quiser saber um pouco mais de como eu penso, vale à pena olhar minha postagem sobre o assunto em outro blog meu, o Tapestry. Lá eu explico um pouco das minhas dúvidas e das minhas certezas, sem hipocrisias. 


Pois é, eu vendo Avon. Eu consumo estes produtos também. E aí? Estou compactuando com o uso de animais em testes cruéis? Sim, infelizmente. Acho que devo boicotar a Avon? Aí é que está... Não! Por que, do meu acento confortável aqui na minha sala, seria fácil falar que não vou mais comprar um batom da marca, e não oferecer solução nenhuma. O pouco que estudei sobre o assunto me leva a crer que o buraco é mais embaixo. Pra começar, até 2009, a Avon não fazia testes em animais. Neste ano, para ganhar o mercado Chinês, ela precisou mudar de política. O governo de lá EXIGE tais testes se a empresa quiser comercializar os produtos por lá. E aí, a porteira se abriu. Os que usamos no Brasil são testados em animais, atualmente? Não sei... Estou tentando obter esta informação. Então, para esta postagem, partamos do pré-suposto que sim, até por que ficaria caro repetir os mesmos testes para conseguir os mesmos laudos para cada país em que os produtos são comercializados...

O que acontece é que aqui no Brasil temos uma série de exigências que impedem as empresas cosméticas, de medicamentos e de alimentos de comercializar seus produtos sem que uma série de laudos seja feita sobre a segurança dos produtos para uso humano. E como isso é feito? Empresas como a Avon encomendam estes testes de Institutos como o Royal. Simples assim. E aí, é uma prerrogativa do Instituto contratado a maneira como os testes serão conduzidos, dentro de um espectro de variabilidade científica. Suponhamos que a Avon quisesse parar os testes nos animais. De qualquer forma, eles precisam, perante a lei brasileira, fazer testes de alguma forma para obterem os laudos necessários para comercialização dos produtos no pais. Então, os cientistas e os Institutos precisam ter esta opção... E aí é que o problema começa. 

Confesso que pesquisei pouco sobre o assunto, por enquanto. Estou colhendo material para estudar, e poder fazer uma postagem mais embasada. Por enquanto, o que posso dizer é que há esta determinação de que os produtos precisam dos laudos, e há os Institutos que conduzem as pesquisas científicas e os testes. Então, deveríamos estar pressionando o governo para que houvesse mais incentivo para a produção de pesquisa de saídas alternativas, bem como uma melhor regulamentação destas exigências e da necessidade de se usar animais em testes de produtos supérfluos. 

Um segundo ponto que precisaria ser considerado é o grupo de leis que modula o trato geral com os animais. Sermos mais firmes na determinação do que é considerado crueldade, e o que seria uma necessidade do mundo moderno. Não cometamos o erro dos românticos, em achar que podemos viver num mundo livre do uso de animais para alguns fins... E eu explico já o por que!!! Pegando carona no incidente dos Beagles, alguns dias depois um grupo de ativistas invadiu uma faculdade de medicina, e queria libertar os porcos usados em aulas da cirurgia. Então... Partamos do pré-suposto que você precise ser operado. Vai confiar num médico que nunca operou nada??? Cuja experiência acadêmica tenha sido em bonequinhos de plástico e borracha, computadores e livros de anatomia, apenas??? Eu não... Porcos são criados especialmente para este propósito! O que pra mim seria talvez a linha da crueldade é o fato de depois de serem usados num experimento, os animais voltam vivos para o cativeiro, se recuperam e são usados de novo, e de novo, e de novo... Até que não reste mais nada deles. Aí é sacanagem, a meu ver. Se precisamos de animais para conduzir as pesquisas, poderíamos ao menos ser mais misericordiosos, e usá-los para um único experimento. Depois, aqueles com sequelas incapacitantes poderiam ser mortos, eutanasiados, para que não passassem por toda uma existência de sofrimento. Os outros, libertados para serem criados como domésticos, ou para fins menos cruéis. Enfim, esta sou eu...

Outros pontos surgiram durante a semana em meu Facebook, entre amigos queridos e defensores ferrenhamente utópicos dos animais... Os comedores de capim!!! Estou brincando... Ou não... Hahaha. O caso é que os mais radicais são contra o abate de bois, e galinhas e porcos para a alimentação. De novo, há uma tênue linha entre o que é necessário e o que passa a ser cruel. Matar para comer é justificável. Infringir dor prolongada no animal com o intuito de tornar sua carne mais macia, é cruel. E aí, o carnívoro do outro lado aí começa a reclamar que não quer comer carne dura. Acho que temos um tempero artificial que deve ter sido testado em animais antes de ser aprovado para consumo humano - sendo irônica - que resolve essa coisa da maciez da carne. Então, poderíamos usar de misericórdia e inteligencia estando no topo da cadeia alimentar, não é?

Enfim, todas essas considerações são pessoais. Prometo em breve trazer conhecimento técnico sobre o assunto para ajudar quem, como eu, se vê no meio desta batalha entre a proteção dos animais, e os benefícios aos seres humanos. Vamos voltar aos cosméticos. Como dizia no início, a Avon necessita dos laudos, por força de lei, para vender seus produtos neste país. Então, ela vai continuar encomendando os testes. Cabe aos Institutos investirem em tecnologia biológica, para oferecer melhores alternativas. Poderíamos também pressionar o Congresso por uma mudança nas leis, que diminuísse as exigências para a comercialização de produtos que não são essenciais. Enfim...

As leis de proteção aos animais, em contrapartida, poderiam ser mais rigorosas, e serem aplicadas com maior grau de fiscalização. A comercialização de animais poderia ser mais controlada, evitando que criadouros clandestinos e cruéis vendessem seus animais pra qualquer um. Ou seja, muita coisa teria que mudar no que tange o comércio neste país...

E aí, uma cliente perguntou: a Natura não faz testes em animais, e consegue todos os laudos... Sim... Me parece que sim... Preciso pesquisar um pouco mais. Mas sim, existem alternativas. Mais caras, mais difíceis de controlar, com mais índice de erro. Nem todas as empresas estão dispostas a arcar com este custo. Eis o que a Natura diz em seu site à respeito disso:


"Desde dezembro de 2006 não realizamos testes em animais durante o desenvolvimento dos produtos ou de matérias-primas para avaliar a segurança e a eficácia. Essa decisão está totalmente alinhada com nossa razão de ser, que se traduz no desenvolvimento e comercialização de produtos e serviços que promovam o bem estar bem.

Ao invés de utilizar animais em nossos testes utilizamos as mais avançadas técnicas mundiais de avaliação que incluem modelos computacionais, pesquisa e revisão contínua dos dados publicados em literatura científica do mundo todo e testes in vitro, que também são aceitos pela comunidade científica internacional. Além disso, contamos com uma equipe de cientistas que busca trabalhar com as mais avançadas tecnologias para tornar as avaliações cada vez mais precisas e eficazes.

Nossos fornecedores conhecem nosso posicionamento com relação à realização de testes em animais. Sabemos que é possível que um fornecedor de nossa cadeia possa realizar testes de matérias-primas em animais para atender outras empresas atuantes em mercados ou setores em que tais testes são exigidos para fins regulatórios.


Buscamos atuar como protagonistas com relação a esse tema e, assim, formamos uma rede de parcerias com o meio acadêmico, laboratórios e entidades de classe a fim de difundir e estimular a prática de eliminar testes em animais no segmento cosmético local e internacional."



Vamos boicotar a Avon, ou vamos lutar para que leis mudem, e que incentivos às pesquisas sejam dados?

No resto do mundo é proibido usar animais em testes químicos e médicos? Não completamente... Isto é um mito. Mas sim, a indústria cosmética e da moda, ou seja, supérfluos, são proibidos de usá-los em boa parte do planeta. Para tanto, também se diminui as exigências em relação aos laudos para comercialização. Simples assim. Quer salvar um Beagle? A pergunta então tem que ser: está disposta a usar um batom sem ter a mais absoluta certeza de que ele é seguro para você? Minha resposta? Sim... Abro mão do 100% de segurança em coisas supérfluas, e protesto a favor desta mudança nas leis. E, sempre, maior incentivo à pesquisa!!!

No que me concerne, não vou parar nem de usar e nem de vender Avon. Vou sim é estudar o assunto, tentar descobrir como a Natura faz, e protestar, brigar, mandar e-mails, pedir que esta empresa que tanto me apóia financeiramente, haja de acordo com as minhas ideologias. Eis a resposta que todos queriam de mim nos últimos dias. Espero não ter aborrecido demais a vocês aí do outro lado com este assunto, e prometo que na próxima vez voltarei com conhecimento técnico. 







JulyN.

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